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Publicidade infantil: atenção com a sua ação de Dia das Crianças

Você sabia que é proibido fazer propaganda direcionada para as crianças? Pois bem, o Dia das Crianças está aí e as empresas que trabalham com produtos ou serviços para os pequenos precisam ficar de olho nas regras para evitar a publicidade infantil e não enfrentar problemas na justiça.

Afinal de contas, apesar de todo potencial da data comemorativa, o Dia das Crianças também serve para proteger a garotada e conscientizar a população sobre os direitos infantis. Além disso, a publicidade para as crianças traz diversos prejuízos, como incentivo ao consumismo, distúrbios alimentares e até distorção de valores.

Mas a pergunta que não quer calar é: como fazer ações promocionais no período sem infringir a lei? Explicamos tudo neste artigo. Olha só!

O que é publicidade infantil?

Você sabe o que é publicidade infantil?
Entenda o que é publicidade infantil abaixo!

Basicamente, a publicidade infantil engloba todas as ações de comunicação mercadológica direcionada para as crianças com o objetivo de promover marcas, produtos e serviços. Isso vale para propagandas na televisão, rádio, internet, revistas e por aí vai.

Se você voltar no tempo e ver algumas propagandas dos anos 90, vai entender melhor como funcionava a publicidade infantil. Uma propaganda da Xuxa, por exemplo, influenciava as crianças a destruírem os calçados antigos para pedir um “Tênis Xuper Star” aos pais.

Tem ainda o famoso slogan “eu tenho, você não tem” em que uma criança exibia sua tesoura do Mickey para fazer inveja aos amigos.

Hoje, ações do tipo são proibidas. Mas olha: isso não significa que você não pode fazer publicidade de produtos infantis, viu? Na verdade, a restrição está relacionada ao público-alvo. Isto é, as ações não podem ser direcionadas para crianças, mas sim para os adultos.

Quais leis dispõem sobre a publicidade infantil?

Conforme acabamos de mencionar, a publicidade infantil é proibida no Brasil. Entenda!

Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária

O Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária é um conjunto de normas éticas que regula a publicidade no Brasil, incluindo diretrizes específicas para a publicidade infantil. Só para esclarecer, o órgão responsável por esse controle é o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar).

Voltando para o código, o Artigo 37 estabelece que nenhum anúncio deve ser dirigido diretamente à criança. As diretrizes ainda limitam a exploração da imagem da criança, o uso de personagens infantis, a promoção de produtos prejudiciais à saúde, etc.

Resolução do Conanda

Já o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) é o órgão responsável por definir políticas públicas para infância e adolescência, além de fiscalizar todas as ações do poder público relacionadas à população infanto-juvenil.

Nesse contexto, a Resolução 163/2014 dispõe sobre os abusos da publicidade infantil. O texto veda o uso de alguns artifícios para incentivar o consumo de crianças, como:

  • linguagem infantil, efeitos especiais e excesso de cores;
  • trilhas sonoras infantis ou com vozes de crianças;
  • representação de crianças;
  • pessoas ou celebridades com apelo ao público infantil
  • personagens ou apresentadores infantis;
  • desenho animado;
  • bonecos ou similares;
  • distribuição de prêmios ou de brindes com apelos ao público infantil
  • competições ou jogos com apelo ao público infantil.

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA):

Por outro lado, temos também o ECA que é a principal legislação brasileira que protege os direitos das crianças no Brasil. De acordo com o texto:

  • Art. 4º — “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”;
  • Art. 5º “nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”.

A publicidade infantil fere esses direitos, uma vez que pode causar discriminação, constrangimento, distorções da realidade, entre outras sensações negativas que podem prejudicar o desenvolvimento da criança.

Código de Defesa do Consumidor (CDC)

Enquanto isso, o Código de Defesa do Consumidor enquadra a publicidade infantil como prática abusiva, uma vez que se aproveita da inocência da criança para induzir comportamentos prejudiciais.

Veja também: Essa publi é real? Cuidado com os anúncios falsos promovidos por influenciadores nas redes sociais.

Quais são os impactos da publicidade infantil?

87% dos pais dizem que seus filhos influenciam na decisão de compra. Fonte: National Retail Federation
Fonte: National Retail Federation

Veja bem: naturalmente, as crianças e os adolescentes mexem no orçamento das famílias. De acordo com o estudo da National Retail Federation, 87% dos pais assumem que os filhos da geração Z influenciam as decisões de compra. Veja só o percentual de influência de cada categoria:

  • brinquedos e jogos (92%);
  • roupas e sapatos (91%);
  • comidas e bebidas (88%);
  • comer fora (87%);
  • eventos e passeios (85%);
  • livros e música (85%);
  • eletrônicos (81%);
  • cuidados pessoais (81%);
  • viagens (79%);
  • aplicativos (78%);
  • equipamentos esportivos (78%);
  • serviços de streaming (74%).

Aliás, a tendência é que essa influência cresça ainda mais com a geração alpha. E pensa bem: se sem a publicidade infantil isso já acontece, imagine só se as propagandas fossem direcionadas para crianças?

Pois bem, a grande questão aqui é que a publicidade infantil não é proibida à toa. Afinal de contas, elas podem trazer diversos impactos negativos para sociedade de modo geral. Conheça alguns deles!

Consumismo desenfreado

A publicidade infantil, muitas vezes, promove uma cultura de consumo excessivo, incentivando as crianças a desejar constantemente novos produtos e brinquedos. Isso pode levar ao consumismo desenfreado e à insatisfação, tanto nas crianças quanto em seus pais.

Distorção de valores

A ênfase na materialização e no consumo distorce valores fundamentais para viver em sociedade. Por exemplo: empatia, solidariedade e responsabilidade social.

Hábitos alimentares prejudiciais

Muitos anúncios direcionados a crianças promovem alimentos não saudáveis, ricos em açúcar, sal e gorduras. É uma bolacha recheada aqui, um salgadinho ali, sucos de caixinha, bolinhos, entre outros.

Conflitos familiares e pressão social

Não é raro ver crianças aos prantos no supermercado para comprar algum produto anunciado na TV ou na internet. Isso acontece porque os pequenos ainda não têm capacidade de julgamento para lidar com a essa exposição mercadológica.

É uma pressão social que faz a criança se sentir fora dos padrões impostos pela publicidade se não tiver aquele produto nas mãos, sabe? E o pior: o público infantil pode fazer julgamentos precipitados a respeito dos pais, de modo a desrespeitar a autoridade deles. Além de dificultar o trabalho educativo dos responsáveis, isso pode prejudicar seriamente as relações familiares.

Exploração da inocência

Não podemos negar que a publicidade infantil explora a ingenuidade das crianças, fazendo-as acreditar que determinados produtos têm poderes mágicos ou benefícios exagerados. Nesse contexto, os pequenos podem criar expectativas irreais, sabe?

Impactos psicológicos

Anúncios que utilizam personagens ou situações emocionantes podem gerar ansiedade, medo e insegurança nas crianças, de modo a afetar de forma negativa o bem-estar emocional.

Ainda tem a questão da exposição constante a imagens idealizadas de beleza e sucesso. Isso pode mexer com a autoestima das crianças e resultar em problemas de autoimagem e autoaceitação.

Afinal, como fazer campanhas para o Dia das Crianças 2023?

Conforme já falamos por aqui, a propaganda de produtos infantis não é proibida. O que não pode fazer é direcionar essas ações para as crianças.

Aliás, se obedecer às regras direitinho, dá para faturar bastante com o período, viu? Conforme a previsão da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), o Dia das Crianças de 2023 deve movimentar R$ 6 bilhões no e-commerce brasileiro.

A seguir, vamos dar algumas dicas para abocanhar algumas cifras desse faturamento. Confira!

Comece pelo planejamento

O Dia das Crianças é uma data comemorativa como qualquer outra. Na prática, isso significa que você precisa se planejar para atender o público. Sendo assim, fique de olho nos seguintes aspectos:

E por falar em planejamento, é bom começar a preparar a sua empresa para o Real Digital, viu? Saiba mais: Drex — a sua empresa precisa ficar de olho no Real Digital.

Entre no clima de festa

Todas as campanhas sazonais merecem uma comunicação visual personalizada, inclusive o Dia das Crianças. Sendo assim, invista em uma decoração temática para a data.

Na oportunidade, lojas físicas e virtuais podem criar uma vitrine com ofertas relacionadas a data. Vale até oferecer descontos, frete grátis e montar kits especiais para chamar a atenção.

Veja também: 6 dicas para aumentar o tráfego do seu e-commerce.

Mantenha o foco nos pais e responsáveis

Para ter uma campanha de Dias das Crianças bem-sucedida, é fundamental voltar a comunicação para os adultos. Afinal de contas, são eles que têm o dinheiro para pagar e a capacidade cognitiva para tomar decisões.

Dito isto, nada de usar frases do tipo: “peça para o seu pai”, viu? Aliás, nossa recomendação é evitar também palavras imperativas, como “compre agora” ou “use”.

Além do mais, não vale usar artifícios lúdicos para tentar contornar a lei. Por mais que a propaganda seja voltada para o adulto, uma peça cheia de personagens que a criança ama e conduzida pelo influenciador preferido, por exemplo, vai atingir o pequeno em cheio, entende?

Mexa com o emocional dos adultos

O Dia das Crianças traz sensações nostálgicas para adultos e idosos. Afinal de contas, a data nos faz lembrar dos brinquedos famosos da nossa infância, das fotos de família, das brincadeiras da época e por aí vai.

Para incentivar o consumo dos pais, portanto, vale usar o storytelling para criar conexões emocionais. Por exemplo: que tal incentivar pais e filhos a recriarem uma fotografia de infância? Ou desenterrar aquela foto do fundo do baú do filho? Ações do tipo são bem legais porque geram engajamento e apresentam alto potencial de viralização.

Invista em conteúdos educativos

Lembra dos problemas ocasionados pela publicidade infantil que já explicamos por aqui? Pois bem, apesar de a data trazer diversas oportunidades de vendas, é recomendável aproveitar o Dia das Crianças para conscientizar o público geral.

Uma loja de brinquedos, por exemplo, pode atualizar o blog com diversos materiais educativos sobre:

  • importância da brincadeira para o desenvolvimento infantil;
  • brinquedos ideais para cada idade;
  • dicas para adaptação dos pequenos na escolinha;
  • como ensinar os filhos a lidarem com as frustrações;
  • mudanças hormonais da puberdade.

Ofereça brindes especiais

Mesmo que você não trabalhe com itens direcionados para crianças, dá para aproveitar a data para alavancar o seu negócio. Imagine uma loja de roupas fitness, por exemplo. Nesse contexto, é possível oferecer como brinde um chaveiro com personagem infantil. Assim, pais e filhos aproveitam a data, entende?

Outra ideia legal é fazer concursos ou sorteios para presentear um cliente com algo relacionado às crianças. Por exemplo: uma viagem em família para Disney, entradas para um parque de diversões da sua cidade, diária em um parque aquático etc.

Use a criatividade para vender itens não infantis

A gente sabe que o dia é das crianças. Mesmo assim, os adultos também podem se divertir com brinquedos de gente grande. Uma criança de 40 anos, por exemplo, pode receber estímulos para comparar aquele videogame dos sonhos. Outro exemplo: com a tendência barbiecore, mulheres de todas as idades voltaram a consumir produtos relacionados à boneca.

Por outro lado, também dá para impulsionar um negócio que não atua no nicho infantil por meio de collabs entre marcas. Quem vende cosméticos, por exemplo, pode fazer parceria com uma marca de brinquedos para fazer ações de marketing em conjunto ou desenvolver produtos novos. Interessante, né?

Divulgue a campanha em diversos canais

Essa é uma das ações mais importantes para a campanha do Dia das Crianças. Pensa bem: se você não informar os consumidores sobre as ações temáticas, eles não saberão que sua empresa está em clima de festa, não é mesmo?

Sendo assim, use diversos formatos de mídia para divulgar suas ações. Por exemplo: redes sociais, midia paga, e-mail marketing, entre outros.

Aliás, você sabia que também dá para veicular campanhas no Reclame AQUI? Pois bem, você pode aproveitar o RA Ads para fazer anúncios institucionais e até personalizar a página da empresa na plataforma com a RA Brand Page.

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Recapitulando

Para finalizar, queremos reforçar que a publicidade infantil é proibida no Brasil. No entanto, isso não significa que o Dia das Crianças precisa passar em branco. Nesse contexto, basta direcionar as campanhas para os adultos e tomar alguns cuidados para não induzir as crianças ao consumo, combinado?

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