Dos mesmos criadores do Pix, vem aí o Drex — o Real Digital. Pois bem, o Banco Central anunciou o lançamento da moeda brasileira em formato virtual, que deve chegar ao mercado para empresas e consumidores entre o final de 2024 e início de 2025.
A novidade ainda está em fase de testes, mas as expectativas já são bem animadoras. Afinal de contas, a inovação promete facilitar e tornar as transações financeiras ainda mais seguras. Então, para não ficar para trás, sua empresa precisa se preparar para usar a moeda digital.
Quer entender melhor o que é Drex e como ele vai funcionar? Explicamos tudo neste artigo. Confira!
Drex: o que é?
O Drex é a moeda virtual brasileira, também conhecida como Real Digital. Na prática, é uma espécie de Central Bank Digital Currency (CBDC) — ou moeda digital de Banco Central — que terá a mesma aceitação e valor que o real tradicional
Não entendeu? Então, calma que já vamos explicar. Aqui no Brasil, por exemplo, temos aquelas notas e moedas que a gente carrega no bolso, certo? Aliás, também tem dinheiro que movimentamos na conta — seja ela tradicional ou digital. Pois bem, essas são versões do Real tradicionais.
Só para esclarecer, essas notas são emitidas pelo Banco Central do Brasil, e o processo vai além da impressão em si. Afinal de contas, não dá simplesmente para imprimir mais dinheiro para acabar com uma crise econômica, por exemplo. A questão é bem complexa e envolve políticas públicas para regular o sistema financeiro nacional.
Voltando para o Drex, ele também será emitido pelo Banco Central. A grande diferença é que a moeda será totalmente digital.
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Origem da sigla
De acordo com o Banco Central, a sigla Drex vem de:
- D: Digital
- R: Real
- E: eletrônico;
- X: modernidade.
Drex vs. Pix: qual é a diferença?
Quando o Banco Central anunciou o Real Digital, muita gente se perguntou sobre as diferenças entre Drex e Pix. Mas olha: já vamos avisar que uma coisa não tem nada a ver com a outra, viu?
Veja bem: o Pix é uma espécie de transação. Em vez de transferir dinheiro via TED ou DOC, ou fazer pagamentos com cartão de débito, por exemplo, você pode usar o Pix para enviar dinheiro de forma instantânea.
Já o Drex é uma moeda virtual. Ou seja, o Pix é uma transação e o Drex é a moeda em si, entende? Aliás, quando o Real Digital estiver valendo, será possível fazer transferências de Drex via Pix. Legal, né?
Drex vs. criptomoedas: qual é a diferença?
Outra dúvida comum é sobre a semelhança entre as criptomoedas e o Drex. Verdade seja dita: a única característica em comum é que ambas são moedas digitais. No entanto, elas funcionam e têm objetivos diferentes. Entenda quais são os diferenciais do Real Digital:
- emissão e centralização: o Drex será emitido e controlado pelo Banco Central. Já as criptomoedas são descentralizadas e não tem um órgão oficial que as controle;
- volatilidade: o Drex terá o mesmo valor e estabilidade do Real. Por outro lado, as criptomoedas podem valorizar ou desvalorizar de forma significativa em um curto período;
- finalidade: a ideia é que o Drex tenha uma grande aceitação para pagamento de bens e serviços, assim com o Real tradicional. Em contrapartida, as criptomoedas são mais voltadas para negociações como investimento;
- segurança: tanto o Drex, quanto as criptomoedas são consideradas moedas seguras. No entanto, as criptomoedas são bem mais suscetíveis a ataques cibernéticos. Logo, o Real Digital é mais confiável;
- abrangência: o Real Digital terá alta aceitação no mercado nacional, mas não é uma moeda mundial. Já as criptomoedas têm maior abrangência, apesar de não serem amplamente utilizadas.
Valor: quanto vale um Drex?
O valor do Drex é atrelado ao Real. Ou seja, 1 Drex vale 1 Real. Além disso, será possível trocar o Drex pelo papel-moeda e vice-versa. Mais: a cotação em relação às outras moedas será a mesma.
No entanto, a moeda digital não terá remuneração automática. Ou seja, as instituições financeiras não poderão emprestar o seu dinheiro em formato de Drex enquanto ele estiver parado na conta.
À primeira vista, a conduta até pode parecer estranha, mas é comum e regulamentada. Quando um cliente pede empréstimo em um banco, por exemplo, a financeira usa os valores para emprestar para terceiros. Em troca, o dono do dinheiro recebe uma remuneração. De toda forma, com o Drex, isso não vai acontecer.
Custos: será necessário pagar para usar o Drex?
Manter uma conta bancária, geralmente, envolve custos de manutenção, tarifas por transações etc., não é mesmo? Pois bem, como o Drex está associado a serviços financeiros, é bem provável que o uso da nova moeda venha acompanhada de alguns custos.
Apesar disso, o Banco Central prevê que o valor seja bem mais acessível, uma vez que a solução apresenta diversos benefícios, como automatização e segurança.
Tecnologias: quais serão utilizadas na moeda digital?
Para o Real Digital deslanchar, o Banco Central está investindo pesado em tecnologias para garantir a segurança e a confiabilidade do sistema. Veja só quais são as principais delas!
Distributed Ledger Technology (DLT)
Traduzindo para o português, a tecnologia de Registo Distribuído — que é similar ao blockchain — permite a criação, validação e registro de transações e informações de forma distribuída e descentralizada em uma rede de computadores.
Ou seja, em vez de confiar em um único ponto central de controle, como um banco ou uma autoridade governamental, as DLTs distribuem cópias idênticas do registro para todos os participantes da rede. Cada participante tem uma cópia atualizada e concordante do registro, o que aumenta a transparência, a segurança e a confiabilidade das transações.
Smart Contracts
Os contratos inteligentes são nada mais que contratos escritos em código de programação e armazenados em DLT. Quando as condições especificadas no contrato são cumpridas, o código é automaticamente executado sem a necessidade de intermediários humanos. Isso torna o processo rápido e eficiente. Vamos explicar melhor como esse contrato funciona daqui a pouco, combinado?
Tokens
Um token é uma representação digital de um ativo, valor ou direito. Aliás, eles podem ser utilizados para representar várias coisas, como moedas digitais, ativos financeiros, propriedades, identidades digitais, serviços, entre outros.
A sua casa, por exemplo, pode ser tokenizada. Em outras palavras, isso significa que ela terá um registro digital com todas as características fundamentais, como endereço, tamanho, valor, entre outros.
Na prática: como a moeda virtual vai funcionar?
Antes de tudo, vale lembrar que o acesso à plataforma Drex será feito por meio de uma instituição financeira autorizada. A conta digital que você usa normalmente, por exemplo, terá um espaço para o Drex.
Que tal ver um exemplo prático para entender melhor como funciona? Então, imagine uma transação de compra e venda de uma casa.
Nesse contexto, é comum que o vendedor tenha receio de passar a escritura do imóvel antes de receber o dinheiro, não é mesmo? Assim como rola uma desconfiança do outro lado: o comprador se sente inseguro em transferir os valores antes de pegar o documento.
Pois bem, como todos os ativos estarão tokenizados — como a documentação do imóvel e a própria moeda digital — é possível fazer um contrato inteligente. Nesse momento, são definidos parâmetros para a execução automática. Se tudo estiver certo, o contrato é concluído sem precisar ir ao cartório, no banco, entre outros.
Ou seja, não importa se o vendedor entrega o bem primeiro, ou se o comprador faz a transferência dos valores. Na verdade, tudo acontece de forma simultânea. Se alguma das partes descumprir o acordo, o imóvel volta para o antigo dono e o comprador recebe o Drex de volta, entende?
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Vantagens: quais são as principais promessas do Drex?
Se você chegou até aqui, já percebeu que o Drex vem com promessas revolucionárias, não é mesmo? De fato, essa é uma inovação que pode estimular o crescimento de diversos setores do mercado. Afinal de contas, a tecnologia abre as portas para novas possibilidades de desenvolvimento de produtos e serviços financeiros digitais. E tem mais:
- eficiência: o Drex vai trazer mais eficiência para as transações financeiras, com pagamentos mais simples e rápidos;
- redução de custos: com a automatização de processos, o usuário pode pagar menos pelas transações;
- segurança: as transações realizadas com o Drex serão registradas em um banco de dados distribuído. Além do mais, tem a questão da rastreabilidade da moeda devido a tokenização. Isso dificulta fraudes e roubos;
- inclusão financeira: o Drex pode facilitar o acesso a serviços financeiros para pessoas que não possuem contas em bancos;
- sustentabilidade: no longo prazo, a moeda digital pode reduzir o uso de papel-moeda. Aliás, o meio ambiente agradece essa economia.
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Compras: como o Drex será usado?
A primeira coisa que você precisa saber é: tudo que for tokenizado poderá ser negociado via Drex. Para um e-commerce vender uma geladeira com o Real Digital, por exemplo, o eletrodoméstico precisa ter uma representação virtual correspondente.
Dessa forma, o consumidor pode colocar o item no carrinho e, na hora do checkout, escolher pagar com Drex. Na sequência, o usuário acessa o aplicativo da instituição financeira que tem conta e paga com a moeda digital — se tiver saldo, é claro. Aliás, a expectativa é que dê para usar o Pix para fazer transferências instantâneas do Real Digital.
De toda forma, vale lembrar que o usuário precisa estar conectado à internet para fazer as transações — diferentemente do pagamento presencial em dinheiro e cartão de crédito. De acordo com o Banco Central, em um primeiro momento, não será possível fazer pagamentos com Drex off-line. No entanto, futuramente, a instituição pode avaliar a necessidade de desenvolver a funcionalidade de forma segura.
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Impactos: como a moeda virtual vai mudar o dia a dia dos brasileiros?
A expectativa é que o Drex seja amplamente utilizado, assim como o Pix caiu nas graças do povo. Afinal de contas, tudo que já fazemos como o papel-moeda também dará para fazer com o Real Digital. Por exemplo: pagar boletos, fazer transferências, comprar produtos em lojas físicas e virtuais e por aí vai. A grande diferença mesmo é que tudo será feito de forma mais prática.

Serviços financeiros
Empréstimos, seguros, financiamentos, transferências e por aí vai. Todos esses serviços financeiros serão mais acessíveis após a implementação do Drex.
Imagine, por exemplo, uma pessoa que quer refinanciar o carro. Nesse caso, o veículo pode ser tokenizado — com todas as informações virtuais do automóvel, como marca, modelo, cor, placa, entre outros — para conseguir o crédito sem precisar entregar um monte de documento à financeira.
Após a criação do contrato inteligente, o próprio sistema autoriza a transação se tudo estiver certinho. Daí, o usuário pode receber o Drex na conta rapidinho.
Pagamentos e recebimentos
Boleto bancário, contas de consumo — como água, energia e gás — impostos e por aí vai. Tudo poderá ser pago e recebido em Drex, em vez do papel-moeda tradicional.
Saques e depósitos
Precisou de dinheiro vivo? Dá para transformar o Drex em Real e sacar o valor no caixa automático. Ainda assim, é possível depositar os valores e convertê-los em Drex assim que cair na conta.
Benefícios governamentais
O governo também avalia o pagamento de benefícios com Drex. Por exemplo: Auxílio-Brasil, Auxílio-Gás, Benefício de Prestação Continuada (BPC), Seguro Defeso, entre outros. Só para esclarecer, o valor dos benefícios não será alterado. Afinal de contas, o Drex vale o mesmo que o Real.
Investimentos
Já falamos e vamos repetir: tudo que for tokenizado poderá ser comprado com Drex. E isso também vale para investimentos, como ações, títulos públicos, precatórios etc. Aliás, o Banco Central até já fez testes para emissão de títulos de Tesouro Direto no Real Digital.
Lançamento: quando o Real Digital começa a valer?
A previsão é que o consumidor tenha acesso à moeda digital entre o fim de 2024 e início de 2025. Atualmente, o Banco Central trabalha com o Piloto Drex, que é a fase de testes da plataforma.
Ao todo, 16 instituições financeiras atuam no projeto fazendo testes de funcionalidades, privacidade e programabilidade. Mais para frente, usuários finais simulados entrarão na experiência para fazer transações de varejo com Drex.
A título de curiosidade, o mundo inteiro estuda a implementação de CBCDs. Até hoje, apenas 11 países já implementaram a versão virtual com sucesso. O Brasil está em fases de teste, mas em um estágio avançado, assim como outras grandes potências mundiais, como Japão, Reino Unido, China, Estados Unidos e Turquia.
Conclusão
O Drex, também conhecido como Real Digital, promete revolucionar as transações financeiras e a vida dos brasileiros. Afinal de contas, a moeda digital promete democratizar o acesso a serviços financeiros, além de tornar tudo mais prático e seguro. Nesse contexto, a sua empresa precisa se atualizar para se manter na frente da concorrência, combinado?
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