Você está pensando em abrir um negócio próprio e não sabe por onde começar? Pois saiba que, o primeiro passo é fazer o planejamento. Afinal de contas, é nesse momento que você estrutura a empresa e calcula os investimentos iniciais necessários para não faltar dinheiro no meio do caminho.
Apesar disso, vale lembrar que o valor varia de acordo com um monte de coisas. Uma loja que trabalha com estoque próprio, por exemplo, precisa investir mais se comparado ao e-commerce voltado para dropshipping. De toda forma, existem dicas bem simples para fazer o cálculo e chegar ao capital necessário para abrir uma empresa. E é sobre isso que vamos falar a seguir. Confira!
O que são investimentos iniciais?
Não tem mistério: os investimentos iniciais são todo o dinheiro que você precisa tirar do bolso para colocar a empresa para funcionar e bancar os gastos até o dinheiro das primeiras vendas entrarem.
Entram nesse contexto os custos com a formalização, infraestrutura física, tecnologias, salário dos funcionários, treinamentos, marketing, impostos, contas de consumo e por aí vai.
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Qual é a importância de fazer esse cálculo antes de empreender?
A lógica é simples: calcular os investimentos iniciais é fundamental para a sobrevivência da empresa no curto, médio e longo prazo. Afinal de contas, se você não colocar tudo na ponta do lápis, pode ficar sem dinheiro para, de fato, iniciar as operações e até manter a empresa funcionando.
E acredite: a falência por falta de planejamento é mais comum do que você possa imaginar. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — Demografia das empresas e estatísticas de empreendedorismo — até fez um levantamento nesse sentido. Os dados mostram que:
- 78,3% das empresas que nasceram em 2015 se mantiveram ativas em 2016 (1 ano de funcionamento);
- 64,8% sobreviveram após dois anos;
- 54,7% mantiveram as portas abertas após três anos;
- 47,4% após quatro anos;
- 40,7 após 5 anos.
Ou seja, cerca de 59,3% das empresas abertas em 2015 fecham as portas em 2020, isto é, após 5 anos de funcionamento. É ou não é preocupante?
Causa mortis das empresas
Pois bem, para investigar a causa mortis das empresas o Sebrae também realizou algumas pesquisas. De acordo com o órgão, um dos principais fatores que fazem a taxa de sobrevivência despencar é a falta de planejamento. Dá uma olhadinha nos números para entender melhor:
- 46% dos empreendedores não estudaram os hábitos de consumo dos clientes, nem estimaram o número de clientes que teriam antes de abrir o negócio;
- 39% abriram a empresa sem saber o capital de giro necessário para funcionar;
- 38% não analisaram a concorrência;
- 37% não estudaram sobre a melhor localização para a empresa;
- 33% não buscaram informações sobre fornecedores;
- 32% desconheciam as questões legais do próprio negócio;
- 31% não faziam ideia do investimento inicial necessário para abrir o negócio.
E olha: muitos dos empreendedores que encerraram as atividades até confessaram que a falta de planejamento e a gestão eficiente estavam entre os principais motivos para a falência.
Sendo assim, se você não quer entrar para essas tristes estatísticas, precisa fazer um bom planejamento antes mesmo da abertura — inclusive com cálculos sobre investimentos iniciais.
Ao estimar o capital direitinho, é possível se programar melhor. Se você não tiver todo o dinheiro, por exemplo, pode correr atrás de sócios, investidores ou empréstimos para garantir recursos mínimos para operar.
Quais são os principais investimentos para abrir uma empresa?
Se você chegou até aqui, já entendeu a importância de calcular os investimentos iniciais da empresa, não é mesmo? Mas a pergunta que não quer calar é: o que entra nessa conta, afinal? Vamos explicar como definir esse valor. Olha só!
Investimentos iniciais fixos
Primeiramente, os investimentos iniciais fixos são destinado para a infraestrutura necessária para que o negócio comece a funcionar. Entram nesse pacote:
- montagem da infraestrutura física: aquisição de imóvel e reformas;
- móveis e itens de decoração;
- computadores;
- impressoras;
- veículos;
- maquinário.
De modo geral, essa lista contempla os itens mais duráveis. Isto é, que você compra na abertura do negócio e não precisa renovar todos os meses, sabe?
Por exemplo: o bebedouro para clientes e funcionários nas dependências físicas da empresa entra no pacote de investimento inicial. Já os copos descartáveis serão listados lá no capital de giro — vamos falar mais dele daqui a pouco, combinado?
De toda forma, para calcular direitinho, é necessário fazer pesquisas de preço. Afinal de contas, nosso “achismo” costuma nos enganar bastante. Então, é legal fazer orçamentos formais com diversos fornecedores para estimar o valor exato para comprar esses itens.
Além do mais, é fundamental criar uma planilha com informações detalhadas, como item (e as características dele), quantidade, valor unitário e valor total. Depois, é só somar tudo que você terá o valor do investimento inicial fixo.
Investimentos iniciais pré-operacionais
Conforme já explicamos aqui em cima, o investimento inicial fixo está relacionado à compra de bens. Em contrapartida, os custos operacionais dizem respeito aos investimentos em ações.
A compra de um computador, por exemplo, é um investimento fixo. Por outro lado, a contratação de um sistema de gestão já entra no pacote de investimentos pré-operacionais.
Além disso, de modo geral, investimento inicial fixo é feito apenas uma vez. Já o pré-operacional pode ser único ou recorrente. Um exemplo é o honorário do contador que costuma ser pago todos os meses.
Para deixar tudo ainda mais claro, trouxemos algumas ações que devem entrar nos investimentos pré-operacionais. Por exemplo:
- marketing: criação da marca, identidade visual, site, redes sociais, campanhas de divulgação, entre outros;
- formalização da empresa: custos com abertura de CNPJ, alvará de funcionamento, licenças etc.;
- sistemas de gestão;
- treinamento dos colaboradores.
Aliás, aquela dica da planilha e dos orçamentos citada no campo dos investimentos iniciais fixos também serve aqui, viu? Ou seja, é necessário fazer uma tabela com o detalhamento de todos esses custos. Daí, basta somar tudo para chegar ao valor dos investimentos iniciais pré-operacionais.
Capital de giro
Já o capital de giro é aquela quantia que a empresa precisa ter em caixa para pagar todas as contas do mês, independentemente de ter lucros ou não.
Pensa bem: não importa se você vendeu muito ou pouco. No fim das contas, precisa pagar o aluguel de todo jeito, não é mesmo? Pois bem, a lógica é essa.
No caso de uma empresa no início das atividades, esse montante precisa cobrir as despesas gerais até o dinheiro das vendas começar a entrar. Por exemplo:
- estoque inicial mínimo ou matéria-prima necessária para a fabricar os produtos;
- aluguel;
- salários dos colaboradores e pró-labore;
- comissões para vendedores;
- contas de consumo: água, luz, telefone e internet;
- tributos.
Agora, basta somar todos esses valores que você terá a quantia necessária para capital de giro.
E aí, fez todas as contas? Então, o próximo passo é somar tudo (fixo, pré-operacional e capital de giro) para ter o valor dos investimentos iniciais necessário para abrir um negócio
Só para esclarecer, resolvemos não citar números porque o valor varia muito, sabe? Afinal de contas, o valor necessário para montar um e-commerce com estoque próprio, por exemplo, é bem diferente do investimento para quem quer vender em marketplace no esquema de dropshipping. Então, faça as contas aí direitinho para ter um número que reflita a realidade do seu negócio, combinado?
Bônus: passo a passo para abrir uma empresa de sucesso
Não podemos negar que ter os investimentos iniciais em mãos é fundamental para abrir uma empresa. No entanto, o planejamento de um negócio vai muito além da arrecadação de capital.
Pensa bem: você pode ter todo o dinheiro do mundo, mas se não administrar bem o seu negócio, todo o investimento vai escorrer pelo ralo. E para não entrar nessa furada, preparamos algumas dicas extras para abrir uma empresa e ter sucesso no longo prazo. Veja só!
Faça pesquisas de viabilidade
Você pode ter uma ideia mega inovadora que nenhuma outra empresa tem. No entanto, se não houver demanda para o seu produto ou serviço, fica difícil ter sucesso, entende?
Por falar em inovação, que tal saber mais sobre a economia criativa? Veja também: Economia Criativa — um guia completo para a sua empresa.
Sendo assim, o primeiro passo é fazer um plano de negócios com estudos de viabilidade. Essa pesquisa determina se o seu projeto tem chances de prosperar ou não. Nesse contexto, é necessário investigar:
- barreiras de entrada;
- quantidades de clientes que você pode ter;
- hábitos de consumo;
- necessidades do mercado;
- concorrentes;
- fornecedores;
- projeção de receitas;
- projeção de custos, despesas e investimentos;
- projeção de fluxo de caixa.
E olha: nada de armazenar as ideias na cabeça, viu? O ideal é sentar na frente do computador e formalizar o plano de negócios. Aliás, é bom que você saiba que esse delineado não vai sair da noite para o dia. Na verdade, é necessário disciplina e um trabalho diário de escrita para colocar todos os detalhes no papel.
Além de permitir que você avalie os resultados lá na frente, essa é uma forma de visualizar melhor as ameaças e oportunidades de negócio, sabe? Então, mão à obra!
Formalize o negócio
Decidiu o que fazer, fez o estudo de mercado e percebeu que o negócio é viável? Se a resposta for sim, a próxima etapa envolve aspectos burocráticos para obter CNPJ, definir a estrutura societária, escolher a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), entre outros.
Nesse momento, também vale conferir o Código de Defesa do Consumidor para estruturar as estratégias de maneira a obedecer à legislação, combinado? Esses passos são importantes para ficar em dia com o fisco, passar credibilidade ao mercado e poder emitir notas fiscais.
Aliás, na hora de tomar uma decisão de compra, o consumidor vai investigar esses aspectos — inclusive na página da empresa no Reclame AQUI. O objetivo da pesquisa é certificar-se de que a marca, de fato, existe sendo digna de confiança.
Vale a leitura: MEI — saiba como começar o seu negócio como Microempreendedor Individual.
Elabore um planejamento estratégico
Enquanto o plano de negócios analisa a viabilidade e dá base aos negócios, o planejamento estratégico funciona como uma espécie de mapa do tesouro. Nesse contexto, o documento contempla as ações e estratégias necessárias para ter bons resultados.
Na prática, esse registro precisa indicar o estágio da empresa; onde ela pretende chegar e o passo a passo para chegar lá. Mais: na oportunidade, é necessário também fazer análises de cenário, definir objetivos, metas e indicadores.
Veja também: 4 dicas para montar seu planejamento de marketing para o próximo ano
Controle as finanças
A gestão financeira é um aspecto bem importante para os negócios. Pensa bem: se falta dinheiro, você não consegue pagar funcionários, fornecedores e impostos para manter a estrutura da empresa funcionando, não é mesmo?
Sendo assim, é fundamental manter as contas na ponta do lápis. Olha só alguns aspectos importante nesse sentido:
- gestão de fluxo de caixa: tudo que entra e sai do caixa precisa ser registrado diariamente;
- economia de custos e despesas: vale fazer uma boa gestão de recursos como energia, água, materiais de escritório, estoque etc. para evitar desperdício;
- separação de despesas pessoais e empresariais: nada de pagar o aluguel de casa com o dinheiro da empresa. Essa confusão de caixas pode comprometer recursos importantes para garantir o funcionamento da empresa e investir em estratégias de expansão.
Use as tecnologias ao seu favor
As tecnologias são grandes aliadas do empreendedor. Aliás, existem ferramentas para praticamente tudo: gestão financeira, gestão de estoque, gestão de relacionamento com o cliente (CRM), atendimento, automação de marketing, coleta de reviews e por aí vai.
RA HugMe: conheça a ferramenta de CRM do Reclame AQUI
Esses recursos são interessantes porque otimizam o trabalho e garantem maior eficiência operacional, sabe? Quer um exemplo prático? Então, pense em um sistema com funções de gestão financeira.
Por meio do software, é possível controlar prazos de pagamento, automatizar processos e aumentar a produtividade. Dessa forma, é possível obter mais lucros.
As funções de gestão de estoque seguem a mesma lógica. Na prática, o sistema pode emitir alerta quando a quantidade de mercadorias está muito baixa e quando itens estão próximos do vencimento. Assim, você pode tomar providências antes de perder oportunidades de negócios ou ter prejuízos com perdas.
Recapitulando: calcular os investimentos iniciais de um negócio é fundamental para abrir um negócio de sucesso. Isso porque, nesse processo, você identifica todas as ameaças, oportunidades e necessidades da empresa. De toda forma, vale lembrar que o planejamento vai além dos aspectos financeiros. Dá trabalho, mas aumenta as chances de sucesso, viu?
Por fim, gostou do conteúdo e quer mais algumas dicas para administrar bem o seu negócio? Então, saiba também como manter a saúde financeira da sua empresa em dia.