Nos primeiros meses do ano, o assunto que mais bomba nas redes sociais é o BBB. No entanto, muito mais que entretenimento, o programa nos ensina lições valiosas de marketing. Afinal de contas, o programa não fica na boca do povo à toa.
Todo esse buzz é fruto de um trabalho divertido e ousado feito pela própria emissora, patrocinadores e participantes — sejam eles famosos ou anônimos. Até empresas que não tem relação alguma com o programa conseguem surfar na onda e ganhar visibilidade com o reality show.
Gostou do assunto e quer entender melhor essa relação entre marketing e BBB? Se a resposta for sim, este artigo é para você. Veja, a seguir, como o programa funciona e conheça as principais lições de marketing que ele ensina.

Como funciona o BBB?
O Big Brother Brasil (BBB) é um reality show produzido e exibido pela Rede Globo de Televisão desde 2002. O programa é de origem holandesa e, inspiradas pelo sucesso de lá, emissoras do mundo inteiro compraram o formato da Endemol.
Participantes
Funciona mais ou menos assim: cerca de 12 a 20 participantes que não se conhecem são colocados dentro de uma casa cheia de câmeras.
Eles ficam totalmente isolados do “mundo real”, não têm contato com familiares, não têm acesso à internet, redes sociais, televisão, revistas ou qualquer outro meio de comunicação.
Em resumo: é um jogo de convivência que rende R$1,5 milhão para a pessoa que conquistar a simpatia do público.
Dinâmicas
O dia a dia dos jogadores é repleto de provas e dinâmicas, como prova do líder, divisão da casa entre Xepa e VIP, prova do anjo, castigo do monstro, festas regadas a álcool e por aí vai.
Todas as semanas, os participantes votam entre si para formar o paredão e o público determina quem sai e quem fica.
Todas essas dinâmicas e o enclausuramento geram coisas que são uma delícia de assistir: tretas! Psicólogos explicam que o confinamento impede uma atitude instintiva do ser humano ao lidar com situações de perigo: fugir.
Como os participantes não têm para onde ir, eles precisam enfrentar as adversidades. Aí juntam as alterações de humor comuns em situações de isolamento e vêm as brigas por bobagens como banheiro sujo, divisão da comida, voto, ciúmes etc.
Audiência
Nós, como seres sociais, adoramos assistir à rotina dos brothers e sisters, não é mesmo? E pesquisadores de diversos ramos — psicologia, sociologia, comunicação, marketing entre outros — tentam desvendar o motivo de tanto fascínio.
Tem até um artigo publicado pela Psychology Today que relaciona o gosto por esse tipo de programa com o voyeurismo. Veja bem: o Big Brother Brasil não tem cunho sexual e os participantes sabem que estão sendo observados.
Mesmo assim, esses espetáculos são formas fáceis — e não criminosas — de espiar a vida dos outros, sabe? É daí que vem essa associação.
Mais: o enredo de vilões e heróis é envolvente e motiva o público a tomar partido. Tem ainda o fator de identificação, que faz o telespectador se sentir representado pelo que vê na tela.
De onde vem o faturamento do programa?
Toda essa adoração pelo programa traz coisas bem importantes para a emissora: audiência e buzz. Isso desperta a atenção das marcas que pagam cifras milionárias para aproveitar essa visibilidade. É assim que o BBB enche o bolso de dinheiro.
E não é pouco não, viu? Estimativas apontam que, em 2022, o programa pode faturar até R$ 1 bilhão. Patrocinadores que compram a chamada “Cota Big”, por exemplo, — como Avon, Americanas e PicPay — desembolsaram cerca de R$ 91,9 milhões para terem as suas marcas exibidas no dia a dia.
Também tem aqueles patrocinadores que estão presentes em ações específicas, como cinema do líder, almoço do anjo e almoço do líder que também investem pesado pelas inserções. Há espaço ainda para patrocinadores esporádicos em festas, dinâmicas, provas, entre outras.
A emissora ainda fatura alto com os comerciais exibidos nos intervalos do programa. Uma propaganda de 30 segundos, por exemplo, pode custar até R$ 850 mil para os anunciantes.
O que as marcas ganham ao anunciar no BBB?
Pensa bem: nenhuma empresa investiria tanto dinheiro em publicidade sem perspectivas de retornos, não é mesmo? Pois bem, as vendas dos produtos explodem após ações da marca no Big Brother Brasil.
Na edição de 2021, por exemplo, a Samsung patrocinou uma prova do líder e, no dia seguinte, os aparelhos exibidos durante a dinâmica estavam esgotados no e-commerce da marca.
Outro caso de sucesso é o da P&G com a escova elétrica Oral-B. De acordo com o próprio grupo Protect & Gamble, a marca vendeu em apenas 24 horas o equivalente a 35 dias de vendas. Já a Avon viu o seu faturamento triplicar no período em que o reality show foi exibido.
Olha só: não são apenas os patrocinadores oficiais que lucram com o programa não, viu? Veja o exemplo do Santander. A marca aproveitou que o BBB está na boca do povo para promover ações criativas e divertidas.
Antes de começar o programa, o banco contratou ex-ganhadores do BBB para protagonizar as propagandas. E quando o programa entrou no ar foi a vez de famosos com alguma relação com os participantes entrarem na brincadeira.
Patrícia Abravanel (tia de Tiago Abravanel), Luana Piovani (ex-esposa e mãe dos filhos de Pedro Scooby), Maíra Cardi (esposa de Arthur Aguiar) e Leandro Firmino (o Zé Pequeno do filme de “Cidade de Deus”, que contracenou com o personagem Acerola, interpretado por Douglas Silva) estrelaram propagandas da marca com algumas referências aos participantes do programa.

Quais são as oportunidades para os participantes do reality?
São R$ 10 mil aqui para quem ganha uma prova, mais R$ 2 mil ali em ações de marcas, tem carros, viagens, mimos em provas de bate-volta e por aí vai. Sem contar no prêmio máximo do Big Brother Brasil de R$ 1,5 milhão para quem conquista a preferência do público.
Apesar de as cifras serem bem interessantes para nós meros mortais, esse dinheiro pode não significar muita coisa para outros, principalmente para os participantes do grupo camarote. Na verdade, para essas celebridades, o grande prêmio mesmo é a exposição. Daí, elas conseguem fazer grandes negócios depois, entende?
A influenciadora digital Jade Picon, por exemplo, chegou a anunciar que doaria o prêmio para instituições de caridade caso ganhasse o programa. Se você for parar para pensar que a influencer ganha cerca de R$ 1,5 milhão em apenas um mês de trabalho, nem faria sentido ela participar do reality para ganhar esse mesmo valor após mais de três meses de confinamento, não é mesmo? A conta não fecha!
Caso de sucesso: Boca Rosa Beauty
Vários famosos topam participar do reality pensando no pós-BBB. Afinal de contas, com o aumento da visibilidade, eles podem alcançar novos públicos e fechar contratos ainda mais valiosos. Foi isso que aconteceu com a Bianca Andrade, a Boca Rosa.
A influenciadora entrou no programa em 2020 — a primeira edição que contou com participantes do camarote — para fazer a Boca Rosa Beauty, sua linha de maquiagens, ser conhecida ao nível nacional. E ela conseguiu!
Apesar de a personalidade não ter caído nas graças do público, os produtos dela caíram. Os itens da marca viraram sinônimo de qualidade ao ver a maquiagem da moça se manter intacta mesmo após derramar um balde de lágrimas. Para você ter uma ideia do sucesso, a marca da Boca Rosa faturou R$ 120 milhões em 2020.
Anônimos também faturam alto
A lógica não vale apenas para os camarotes. Anônimos que ganham a simpatia do público também têm diversas oportunidades de faturar depois do confinamento.
Gilberto Nogueira, o famoso Gil do Vigor, por exemplo, embolsou mais de R$ 15 milhões em contratos após a participação no programa de 2021. Já vencedora da mesma edição, Juliette Freire, faturou R$ 45 milhões. O valor é trinta vezes maior que o prêmio que a paraibana ganhou no reality.

Quais lições de marketing podemos aprender com o BBB?
A vida real não é um jogo. No entanto, da mesma forma que os participantes do programa precisam agir com estratégia e conquistar a confiança do público, as empresas também precisam de planejamento para ganhar a preferência dos consumidores e vender mais.
Então, o BBB pode gerar vários insights importantes para incrementar o seu marketing. A seguir, vamos explicar melhor sobre essas lições.
O marketing de influência funciona
Após o fiasco de audiência do BBB 19, o diretor do programa decidiu reformular a atração em 2020. Uma das novidades foi colocar alguns participantes famosos na televisão e na internet.
O objetivo da estratégia era levar o público jovem para o programa — que não tinha o hábito de assistir TV aberta — e aumentar a competitividade. Deu tão certo que o programa voltou a crescer.
Muita gente assiste o reality para conhecer mais a fundo personalidades que já acompanhavam pela internet, como Rafa Kalimann, Boca Rosa, Pyong Lee, Jade Picon, entre outros.
O aumento no faturamento das empresas que citamos ali em cima também provam que o marketing de influência funciona — e muito! Afinal de contas, o dia a dia dos participantes usando produtos de determinadas marcas funcionam como prova social e despertam desejos de consumo;
Planejar e criar estratégias é fundamental
O BBB não teria chegado ao patamar de hoje sem planejamento. Apesar de o programa ir ao ar cerca de três meses por ano, as equipes por trás do reality trabalham o ano inteiro para garantir que a próxima edição seja um sucesso.
No marketing, o raciocínio é o mesmo: é necessário planejar cada passo e criar estratégias coordenadas para vender e fidelizar. Além disso, é fundamental fazer análises históricas para nortear as ações. Ao estudar cases de sucesso, é possível criar um plano de ação mais certeiro, sabe?
Se um participante sabe que o telespectador acolhe os excluídos e as vítimas, por exemplo, pode tentar fazer o papel de mártir para conquistar a simpatia do público. Nem sempre dá certo, mas ter essa visão analítica é importante para agir de forma estratégica.
Fazer as alianças certas ajuda a chegar mais longe no jogo
Em 2021, uma personagem marcante chegou ao Top 6 do BBB por causa das suas relações pessoais na casa: Viih Tube. Antes de ir ao 13º paredão, a youtuber recebeu apenas dois votos no confessionário. Ao todo, foram cinco votos durante toda a sua participação no programa.
Apesar de ter sido eliminada como terceiro maior índice de rejeição, a estratégia que a jovem adotou na casa fez com que ela chegasse bem longe no jogo. Mas olha: isso não significa que vale tudo para vencer, viu?
Na verdade, a lição que a gente leva é que ter aliados é fundamental. No universo dos negócios, esses parceiros podem ser os colaboradores, equipe de atendimento ao cliente, fornecedores, transportadoras etc.
Ser omnichannel é uma necessidade
Apesar de ser exibido em TV aberta, o engajamento do público não acontece apenas por lá. A verdade é que os canais digitais estão ganhando cada vez mais importância nas estratégias das empresas como YouTube, Instagram, Twitter, TikTok e por aí vai.
Lembre-se dos casos da Boca Rosa, da Manu Gavassi e da Viih Tube que planejaram muito bem as estratégias omnichannel. Antes do confinamento, a influencer Bianca Andrade, por exemplo, fotografou todos os looks que levou na mala para publicação em suas redes sociais no timing certo.
Lembre-se de que você está sendo observado o tempo todo
Sabe quando uma pessoa discute com outra e, depois, vai contar a história para os amigos de forma totalmente distorcida? Pois bem, o público vê cada passo em falso que o participante dá e o julga por isso.
Então, não adianta fazer falsas promessas para vender, por exemplo, que o consumidor vai perceber a artimanha. Trazendo a situação para a realidade do marketing podemos citar o Reclame AQUI.
O comportamento da empresa com o cliente “X” pode influenciar as decisões de compra do consumidor “Y”, mesmo que eles não se conheçam. Isso porque o comprador observa todos os passos da marca antes de fazer negócios. E visitar a plataforma de relacionamento do Reclame AQUI é um dos principais passos nesse processo de pesquisa.
Quem conquista a confiança do público fatura mais
Pensa bem: será que a Karol Conká fatura mais que a Juliette Freire? Nem precisa raciocinar muito para responder essa pergunta, não é mesmo? Ao longo do programa, a paraibana conquistou a confiança do público, por isso conseguiu fechar contratos milionários após a sua saída.
A lógica desse sucesso é simples: as marcas preferem relacionar o seu nome com pessoas com boa imagem no mercado. Logo, é importante zelar pela reputação da empresa, pois negócios que conquistam a confiança do público vendem mais.
Como você pôde perceber, o BBB nos traz lições valiosas de marketing que podem ser aplicadas nas empresas. Nesse contexto, é fundamental planejar as estratégias e zelar pela reputação da empresa. Aliás, as soluções do Reclame AQUI podem ajudar com isso, viu?
Gostou da ideia e quer saber mais? Então, conheça as soluções do Reclame AQUI e saiba como marcar presença em toda a jornada do consumidor.