Mundialmente conhecida como a “economia do século XXI”, esse modelo de negócio, com base na cultura e inovação, está em ascensão nas empresas e startups e tem tudo para revolucionar os mercados.
Neste guia completo, vamos contar tudo e mais um pouco sobre a “Economia Criativa”. Afinal, diversos setores podem se beneficiar ao ir de encontro com esse conceito.
Vamos lá?
Como surgiu a Economia Criativa?
John Howkins definiu o modelo em 2001. Ele é um renomado professor, autor e consultor inglês.
Com seu conhecimento adquirido trabalhando no ramo de entretenimento e mídia em grandes grupos, como HBO e Time Warner, Howkins apresenta a Economia Criativa, pela primeira vez, em seu livro “Economia Criativa – Como Ganhar Dinheiro com Ideias Criativas”. Ele defende a ligação entre economia, criatividade e símbolos do meio.
O que é a Economia Criativa
Primeiramente, para entender do que se trata a Economia Criativa é preciso conhecer seus pilares, o que a move, quais são seus fins e muito mais. Pode parecer algo extenso e complicado, mas adianto que vale muito a pena compreender a fundo o assunto.
A “economia” é o estudo de como a sociedade utiliza seus recursos, já a “criatividade” é o processo mental de geração de novas ideias vindas de um grupo ou indivíduo.
Deste modo, podemos afirmar que a Economia Criativa representa o uso intensivo do criativo em conjunto a atividades econômicas, incorporando tecnologias e técnicas a fim de gerar e agregar mais valor ao negócio aplicado.
Além disso, é importante destacar que o conceito desse modelo de negócios é novo e não carrega uma definição única, porém uma grande parte de seus atributos são irrefutáveis.
Portanto, é considerado dentro dessa indústria tudo aquilo que tem caráter pioneiro e de inovação, com foco em produzir bens tangíveis e/ou intangíveis a partir do artístico (criativo) e intelectual (econômico).

Por que ela foi criada?
O mundo está em constante mudança e a economia tem de acompanhá-las, concorda? Sendo assim, a Economia Criativa surge para que a criatividade seja utilizada como destaque econômico, agregue valor e traga diferenciais para as marcas.
Nesse sentido, há diversos fatores que explicam sua criação e crescimento em massa, como por exemplo, a ascensão da indústria cultural, as grandes variações entre gerações e a valorização dos aspectos humanos. Vale ressaltar que a criatividade humana, a cultura e a história podem ser utilizadas das mais diversas maneiras e são recursos infinitos.
De maneira resumida, a Economia Criativa é apresentada com o intuito de revolucionar e se diferenciar de modelos de negócios convencionais.
Vale a leitura: Geração Z: saiba o que os “nativos digitais” esperam da sua marca
Características da Economia Criativa
A Economia Criativa traz uma nova vertente de negócios e coloca em evidência 5 características principais. São elas:
- Criatividade;
- Inovação;
- Talento;
- Sustentabilidade;
- Cultura.
Ao contrário do que se pensa, não é necessário englobar todos esses aspectos, mas a aplicação de pelo menos um como pilar é obrigatório para estar no escopo da Economia Criativa.
Como, por exemplo, uma coleção de roupas inspirada na Amazônia (cultura), produzidas por pessoas locais da área (talento) pode ser evidenciada como Economia Criativa.

Economia Criativa no Brasil
Agora que você já compreendeu o conceito de “Economia Criativa”, que tal entender como isso se aplica em nosso país?
Nos últimos anos, houve um crescimento exponencial na geração de empregos a partir da indústria cultural no Brasil, destacando a importância da área no país.
A partir do aumento da conscientização e do debate sobre esse setor econômico, criou-se, em 2011, a Secretaria Nacional da Economia Criativa e Diversidade Cultural (SECDEC). Esta Secretaria foi uma peça-chave no Ministério da Cultura, visto que trabalhava pela criação de políticas públicas, diretrizes e ações na área e transformação do papel da cultura no país.
“A Secretaria Nacional da Economia Criativa e Diversidade Cultural (SECDEC) tem, dentre suas atribuições, planejar, promover, implementar e coordenar ações para o desenvolvimento e fortalecimento da dimensão econômica da cultura brasileira, em todos os segmentos da cadeia produtiva.”
Fonte: relatório de Transparência e Prestação de Contas de 2021 da SECDEC
Atualmente, o setor representa 2,6% do PIB brasileiro e, segundo boletim do Observatório Itaú Cultural, o setor de Economia Criativa contava com 7,1 milhão de pessoas empregadas no Brasil no terceiro semestre de 2021. Como resultado, nosso país é o 4° maior produtor de criatividade no mundo.
A Economia Criativa Brasileira tem seu foco em 4 bases, são elas:
- Inovação;
- Diversidade Cultural;
- Sustentabilidade;
- Inclusão Social.

Como aplicar a Economia Criativa na sua empresa
A princípio, o modelo era muito aplicado em novos negócios, contudo, a Economia Criativa vai muito além do nicho empreendedor. Ou seja, esta prática está introduzida em todos os mercados e setores das mais diversas maneiras.
Para um melhor entendimento, a aplicação da Economia Criativa demanda inovação em qualquer um dos elementos do “Canvas de Modelo de Negócio” (ferramenta de estruturação de negócios). São eles:
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- Segmento de Clientes: divisão dos seus clientes de acordo com características, necessidades, atributos ou outros pontos similares;
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- Oferta de Valor: como sua empresa se diferencia e propicia algo único para o seu segmento de clientes;
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- Canais de Distribuição: forma em que a sua empresa entra em contato com os consumidores (normalmente envolve ações de marketing e/ou de logística);
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- Relacionamento: maneira em que seu negócio interage com o cliente;
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- Recursos-Chave: principais ativos e recursos intelectuais, físicos ou humanos que seu negócio precisa para funcionar;
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- Atividades-Chave: ações essenciais que devem ser realizadas para o funcionamento correto da sua empresa;
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- Estrutura de Custos: custos da sua empresa decorrentes da operação geral.
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- Parcerias: empresas, organizações e qualquer outro público de interesse que sirvam de apoio e facilitem o funcionamento do negócio;
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- Fontes de Receita: modo em que a sua empresa gera receita;

Afinal, quais são os benefícios?
Já passamos por todas as etapas da Economia Criativa e você pode estar se perguntando “Mas por que eu aplicaria na minha empresa?”, a resposta é simples e te conto a seguir.
Primeiramente, toda e qualquer inovação traz um grande diferencial para uma empresa, seja ela em seus produtos ou serviços, na logística ou até mesmo em todo o processo, então aplicar a Economia Criativa pode, antes de qualquer coisa, te dar uma vantagem competitiva.
Nesse sentido, outra vantagem dessa vertente é que ela atrai novos clientes, afinal a arte, a cultura e história se mostram tópicos importantes dentro das relações de consumo e os clientes estão procurando cada vez mais por negócios que englobam tais tópicos.
Além disso, a Economia Criativa traz mais receita, gera mais empregos e pode abrir portas para novos negócios, novos investimentos ou até mesmo, oportunidades no mercado internacional, uma vez que o modelo vem sendo contemplado em todo o planeta.
Exemplos de Economia Criativa na prática
Agora que você já conhece tuuudo sobre o assunto, vou te mostrar como a economia criativa se apresenta de fato na prática, vamos lá?
Quinto Andar:
Todos nós sabemos que procurar por imóveis sempre demandou muito tempo, dinheiro e disposição, pelo menos até a chegada do Quinto Andar no mercado.
Com uma solução que hoje pode parecer óbvia, a empresa trouxe para o Brasil uma maneira inovadora de encontrar o lar perfeito junto à tecnologia. Basta entrar no site ou baixar o aplicativo e navegar pelos mais diversos imóveis pelo país, tudo na palma da mão sem sair de casa.
Esse é um dos maiores cases de economia criativa como modelo de negócio, onde o cliente pode acessar fotos profissionais, escolher os melhores horários para visitar, enviar os documentos necessários e muito mais de maneira ágil.
Farm + Olodum:
A grande marca Farm, uma varejista de roupas brasileira, trouxe em 2018 a coleção “Farm + Olodum”, com o intuito de homenagear um dos maiores blocos afro do nosso país, o OLODUM.
E onde se encaixa a Economia Criativa? Bom, além de exaltar a cultura brasileira, a coleção foi pensada e criada ao lado dos criativos do bloco, englobando também o talento vindo deles. Aliás, as vendas foram revertidas a projetos e eventos culturais do OLODUM em 2019 e 2020, trazendo, assim, a diversidade cultural.
Não podemos afirmar que a empresa como um todo é economicamente criativa, mas essa coleção com certeza é e evidenciou ainda mais a marca.
Natura:
Antes de mais nada, a empresa brasileira de cosméticos ocupa o 30° lugar no ranking mundial de empresas mais sustentáveis, o que já a torna uma referência em economia criativa.
Nesse sentido, a Natura utiliza, também, de recursos naturais da Amazônia, ressaltando a cultura do país, abrangendo, assim, mais uma base do modelo de negócio.
Veja também: Dicas para tornar seu negócio mais sustentável
Reclame AQUI:
Não poderia deixar de fora o nosso querido Reclame AQUI, que revolucionou a área de atendimento ao consumidor no Brasil, afinal de contas, nossa plataforma foi uma imensa inovação que envolve tecnologia e criatividade.
O surgimento de um site onde o cliente pode, não só relatar problemas para/com empresas, mas também consultar reputações e estreitar sua relação com as marcas, foi e ainda é um grande exemplo de Economia Criativa na prática.
Veja: Como usar o Reclame AQUI a favor da sua empresa
Deu para entender que a Economia Criativa é aplicada em diversas áreas e mercados, mas não só isso, ela está presente no nosso dia a dia.
Basta ouvir as músicas que tocam na rádio, olhar os designs gráficos em embalagens e/ou peças publicitárias, projetos arquitetônicos e tudo aquilo que surge a partir da criatividade humana para estar de frente com a famigerada Economia Criativa.
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