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Economia circular: entenda o que é, suas características e benefícios

Primeiramente, você sabe o que é economia circular? Basicamente, esse modelo econômico é focado no uso contínuo dos recursos. Nesse contexto, o desenvolvimento econômico não visa apenas o lucro imediato. Na verdade, o novo jeito de pensar privilegia a sustentabilidade e uso de insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis.

Aliás, investir nesse novo modelo de negócios não é só uma questão de diferenciação do mercado, viu? Pensa bem: os recursos naturais são finitos. Se os negócios não mudarem o mindset, qualquer hora dessas não existirá mais insumos nem para sobreviver, muito menos para prosperar. Então, empresas que não levarem em consideração a utilização racional dos recursos naturais estarão fadadas ao fracasso.

Que perigo, não é mesmo? Pois bem, se você não quer isso para sua empresa, precisa começar a pensar na economia circular. E se você ainda tem dúvidas sobre como isso funciona, basta continuar a leitura porque vamos nos aprofundar no assunto. Veja só!

O que é economia circular?

De maneira resumida, a economia circular é um novo modelo econômico que privilegia o desenvolvimento sustentável a partir do uso contínuo de insumos. Se você comparar com o fluxo de produção linear, por exemplo, vai entender melhor como o modelo cíclico funciona. Vamos explicar melhor os conceitos a seguir.

Economia linear

Veja bem: na economia linear, o sistema produtivo é baseado em produção, consumo e descarte. Isto é, a indústria vai lá na natureza, extrai recursos naturais e, em seguida, usa a matéria-prima virgem para fabricar produtos. Daí, a mercadoria é vendida para o consumidor e o usuário final descarta o item quando ele não servir mais.

A grande questão aqui é que, no médio prazo, esse modelo econômico está fadado ao fracasso. Afinal de contas, os recursos naturais não são infinitos. Mais dia, menos dia as matérias-primas virgens vão se esgotar. Isso prejudica não apenas a lucratividade dos negócios, mas põe em risco a vida das gerações que estão por vir.

Sem contar no volume de lixo gerado a partir da economia linear. A gente usa muito o termo “jogar fora”, mas não existe um lugar fora do planeta para armazenar esses descartes. Na verdade, tudo que a gente deixa de usar continua por aqui na terra mesmo.

Só para você ter uma ideia do tamanho do problema, um levantamento feito pela International Solid Waste Association (ISWA), revelou que, até 2050, 3,4 bilhões de toneladas de lixo serão geradas por ano.

Mais: de acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Ellen MacArthur, em parceria com a McKinsey, em 2050, poderemos ter mais plástico nos oceanos que peixes. Os dados são alarmantes, não é mesmo? É por isso que a economia linear não tem futuro.

Economia circular

Em primeiro lugar, diferentemente do fluxo linear — produção, consumo e descarte —, a economia circular é baseada na circulação de insumos.

Por exemplo: em vez de ir lá na natureza e derrubar árvores para produzir papel, empresas com responsabilidade socioambiental usam insumos reciclados. Mais: após utilizado, o produto vira matéria-prima novamente e volta para o fluxo de produção, de modo a reduzir o volume de descarte.

Então, o fluxo seria mais ou menos assim: a indústria produz a partir de matéria-prima reciclável; distribui o item; o consumidor usa; reusa; repara; reaproveita; devolve para a indústria quando não tiver mais serventia; que, por sua vez, remanufatura o item; distribui de novo e a roda gira novamente.

Faz bem mais sentido usar esse modelo econômico para preservar os recursos naturais e garantir longevidade dos negócios, não é mesmo? Para você entender melhor como funciona esse ciclo, vamos explicar melhor sobre os 3 princípios básicos da economia circular. Olha só!

Preservar e regenerar

O primeiro fundamento da economia circular trata da preservação dos recursos naturais. Então, o ideal é evitar o uso de matéria-prima virgem e privilegiar insumos reciclados.

No entanto, muito mais que preservar, o novo modelo econômico também é focado em recuperar o meio ambiente para que os recursos naturais voltem a ser produzidos pela natureza.

Preservar e regenerar - princípios da economia circular
Preservar e regenerar – princípios da economia circular

Maximizar a circulação de produtos

Nada de comprar, usar e jogar fora, viu? Até porque, como já explicamos ali em cima, não existe “jogar fora”. Nesse sentido, economia circular tem como princípio otimizar o rendimento dos recursos naturais com a circulação de produtos o máximo que for possível.

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Reduzir o desperdício

Evitar o desperdício é fundamental para minimizar os impactos negativos que o lixo causa no meio ambiente. E a regra vale para tudo: alimentos, energia elétrica, água, papel etc.

Aliás, quando se fala em desperdício, é legal pensar nisso bem antes do consumo. Durante a fabricação, por exemplo, a indústria deve pensar em embalagens que podem ser recicladas, reaproveitadas e remanufaturadas para estender a vida útil do material

.Para evitar o desperdício: Agora, embalagens de vegetais não precisam mais trazer prazo de validade.

Quais são os principais modelos de negócios circulares?

Se você chegou até aqui, já percebeu que pensar em economia circular é muito mais que uma questão de diferenciação no mercado. Na verdade, a sobrevivência das empresas e de vidas no futuro depende disso.

Mesmo assim, a gente entende que a aplicação da estratégia nas empresas pode gerar dúvidas. Então, para deixar tudo ainda mais explicadinho, trouxemos alguns exemplos de modelos de negócios circulares. Olha só!

Produto como serviço

Aqui entram os bens físicos comercializados em forma de serviços. Nesse contexto, o cliente paga pelos resultados sem precisar adquirir produtos. Esse é o caso dos serviços de locação de equipamentos e materiais diversos.

Em vez de comprar uma impressora, por exemplo, uma empresa pode usar equipamentos no esquema de comodato. Logo, o cliente paga ao fornecedor conforme o uso.

Quando a empresa não precisar mais da máquina, pode apenas devolver ao fornecedor que, por sua vez, poderá alocar o equipamento em um novo local.

O mesmo vale para o aluguel de carros, ferramentas para construção, equipamentos para limpeza e por aí vai. De maneira resumida, esse modelo de negócio incentiva a reutilização, reparo, e redistribuição de produtos.

Vale a leitura: Drones são o futuro das entregas no e-commerce.

Compartilhamento

Antes de tudo, como o próprio nome sugere, o conceito de economia compartilhada está relacionado ao compartilhamento de bens e serviços.

Imagine um condomínio vertical com mais de 100 apartamentos, por exemplo. Em vez de cada morador comprar a sua própria máquina de lavar roupas, é possível implementar uma lavanderia compartilhada para os moradores. Essa é uma forma de maximizar o uso dos produtos de modo a reduzir o consumo e o descarte.

Os apps de transporte também são bons exemplos. A partir de um único automóvel, diversos passageiros podem ir e vir de maneira confortável, sem precisar investir em um veículo próprio, sabe? O mesmo vale para os apps de delivery, de hospedagem, serviços para pets, compartilhamento espacial e logístico etc.

Por falar em hospedagem, que tal dar uma olhadinha no nosso conteúdo especial de férias? Hotel, pousada, resort, casa de temporada e hostel: como escolher a melhor hospedagem?

Compartilhamento - modelo de negócio circular
Compartilhamento – modelo de negócio circular

Insumos circulares

Os insumos circulares são aqueles que podem ser reciclados, reaproveitados, recuperados e até regenerados.

Restaurantes de delivery, por exemplo, podem optar por embalagens 100% compostáveis — como a fabricada com fécula de mandioca. Assim, o material vira nutriente para a terra e contribui para o ciclo biológico natural, sabe?

Empresas de modo geral podem privilegiar materiais ecológicos para as operações do dia a dia para garantir a circulação dos insumos. Em vez de usar aquele copo de plástico descartável, por exemplo, vale apostar em produtos de papel compostável. Ou melhor: dá para distribuir canecas e squeezes para a equipe a fim de reduzir o volume de lixo.

Recuperação de recursos

Como o próprio nome sugere, a recuperação de recursos visa restaurar itens para que eles voltem a ter funções e valor. E como a remanufatura costuma ser complicada, a indústria precisa investir em logística reversa para recuperar insumos que seriam descartados.

Por exemplo: o seu smartphone parou de funcionar? Então, em vez de jogar o eletrônico no lixo, a ideia é que as marcas coletem o aparelho defeituoso para reaproveitar insumos e colocá-los em circulação novamente.

Veja bem: talvez, as peças não sejam usadas para a produção de novo smartphone, mas pode servir de insumos para a produção de um item diferente, entende?

Mais: roupas velhas podem voltar a virar fios de tecido para a confecção de uma peça totalmente nova, pneus podem virar matéria para asfalto, bitucas de cigarro podem ser transformadas em papel etc.

De toda forma, vale lembrar que, além de conhecimento técnico, é necessário um toque e criatividade para transformar e agregar valor ao produto recuperado.

Saiba mais: Economia criativa — um guia completo para a sua empresa.

Extensão da vida do produto

Você já ouviu falar em obsolescência programada? Muita gente desconhece o termo, mas, certamente, já se viu obrigado a comprar um produto novo porque o antigo parou de funcionar logo após passar o prazo da garantia. Aliás, o Reclame AQUI está cheio de queixas nesse sentido.

Pois bem, por incrível que pareça, essa redução no tempo de vida do produto muitas vezes é feita de forma intencional pela indústria. Dessa forma, em pouco tempo, os produtos ficam ultrapassados e os consumidores sentem a necessidade de trocá-lo por um mais moderno. Esse consumismo desenfreado vai na contramão da economia circular.

Sendo assim, a extensão de vida do produto entra como um novo modelo de negócio circular que privilegia produtos com componentes de qualidade para que ele dure mais tempo. Aliás, esse prolongamento no uso também gera receita com manutenção e serviços adicionais. Então, a indústria não sairia perdendo com a estratégia.

Mais: a extensão da vida do produto também pode ser dada pelo reaproveitamento. Sabe quando a gente usa aquele pote de sorvete vazio para guardar feijão? Nesse contexto, uma embalagem que seria descartada recebe uma nova função, de modo a prolongar o ciclo de vida do produto.

Veja também: Dias úteis para o seu eletro — aprenda a aumentar o tempo útil da sua geladeira.

Virtualização

A virtualização nada mais é que a transformação de itens físicos em virtuais. Quer um exemplo prático? Então, volte um pouco no tempo e lembre-se de como assistimos filmes em casa.

A gente tinha que ir para uma locadora, pegar a fita cassete, usar um vídeo cassete conectado a televisão, assistir o título e, por último, devolver o item para o estabelecimento. Algumas pessoas até compravam títulos para manter um acervo pessoal em casa.

De toda forma, apesar de as locadoras terem o princípio de economia compartilhada — que é bem legal, conforme já falamos por aqui — a chegada dos serviços de streaming permitiu uma diminuição no número de produtos físicos como fitas cassete, DVDs, capinhas etc.

Logo, agora, os títulos podem ser acessados de maneira digital, entende? É por isso que a virtualização é algo interessante para a economia circular. Aliás, livros digitais, serviços de armazenagem na nuvem, softwares como serviço são outros exemplos.

Por falar em streaming, veja como a Netflix nos ensina e inspira no atendimento.

Virtualização - modelo de negócio circular
Virtualização – modelo de negócio circular

Qual é a importância do tema para as empresas?

Não tem para onde correr. Conforme já falamos várias vezes por aqui, pensar em sustentabilidade é uma questão de sobrevivência. Afinal de contas, o modelo linear está chegando ao seu limite.

Além do mais, o consumidor moderno está muito mais consciente em suas decisões de consumo. Logo, negócios sustentáveis ganham as preferências desse público exigente e cada vez mais ativo ao defender causas sociais e ambientais.

Mas olha: nada de adotar a prática apenas para fazer bonito para os clientes, viu? Na verdade, a economia circular gera empregos, contribui para um futuro mais igualitário e aumenta a eficiência operacional do negócio. Os consumidores percebem quando a preocupação com o futuro é genuína.

De toda forma, vale lembrar que negócios circulares também visam lucro, assim como qualquer outra empresa. A grande diferença é que, na economia circular, os lucros são fruto de inovação e produtos com valores agregados. No fim das contas, você pode até vender mais e aumentar o faturamento do negócio ao investir na estratégia.

De maneira resumida, vamos listar por aqui os principais benefícios da economia circular para as empresas:

  • preservação dos recursos naturais para driblar os limites do modelo econômico linear;
  • redução de custos ao maximizar a circulação de produtos;
  • agrega valor aos produtos e serviços;
  • incentiva a inovação e facilita a identificação de novas fontes de investimento;
  • gera emprego e aumenta o engajamento dos colaboradores;
  • contribui para o desenvolvimento econômico e sustentável da região;
  • benefícios fiscais obtidos a partir de políticas públicas facilitadoras;
  • conformidade com legislações internacionais.

Resumindo: a economia circular é um modelo econômico baseado no uso cíclico de insumos e produtos para minimizar a dependência de matéria-prima virgem e reduzir o volume de descartes. Além de ajudar o meio ambiente, priorizar insumos duráveis, recicláveis, reutilizáveis e renováveis, contribui para um futuro mais igualitário. Legal, né?

Gostou do nosso conteúdo e quer mais algumas dicas de empreendedorismo? Então, conheça os tipos de empresas que podem ser abertas no Brasil.

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