Na última semana, diversos casos de consumidores que usam pomada modeladora para fazer tranças sofrerem cegueira temporária e outros problemas oculares chegaram até a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os casos foram relatados pelos consumidores e chegaram a movimentar as principais mídias do país durante esta semana.
A Agência entrou em ação e proibiu temporariamente as vendas das pomadas modeladoras.
A medida vale para todas as marcas, independentemente de sua origem (nacional ou importada). Portanto a orientação da Agência é: suspenda o uso imediatamente de qualquer pomada para tranças! Cabelo é uma paixão pessoal, mas é fundamental ressaltar: a saúde vem sempre em primeiro lugar!
Ainda de acordo com o órgão responsável, estão sendo realizados testes e análises com os produtos para averiguação dos acontecimentos nas últimas semanas.

O Reclame AQUI também recebeu alguns registros sobre esses problemas oculares causados pelas pomadas modeladoras.
Veja só o relato dessa consumidora de Recife (PE):
“No dia 2/02 usei a pomada modeladora de abacate da salon line com data de validade até 2025 e após molhar meu cabelo nesse dia tive de imediato um processo de irritação ,mas não achei que era algo sério, no dia 03/02 acordei com um quadro forte de ardência e dor no olho direito. Fui pela manhã mesmo para a emergência do hospital Hope localizado na ilha do leite Recife/PE e a dra. informou que eu estava com um quadro de conjuntivite química que ocasionou uma úlcera ocular. Eu estava, em palavras simples, com o olho queimado “assado”. Causa: pomada modeladora […] Em Recife não fui única e outras pessoas também sofreram com pomadas da marca.”
Os problemas foram encontrados em outras marcas também, como é o caso desta consumidora de Curitiba (PR):
“Sempre comprei a pomada modeladora dessa marca, recentemente li que a Anvisa suspendeu as vendas pois várias pessoas sofreram com problemas oculares após usarem, eu próprio sentia muito ardência nos olhos após usar, ainda tenho dois potes desse produto e quero ser ressarcido, vou procurar oftalmologista e se causou algum dano aos meus olhos vou entrar com processo contra a empresa!”
Já outra consumidora do Rio de Janeiro (RJ) teve problema no ano passado e registrou sua insatisfação em janeiro deste ano:
“Fiz uma trança para ir ao Rock in Rio, a cabeleireira usou a pomada MaxiJumbão. No final do Show choveu muito, e meu olho começou a coçar conforme teve contato com o produto. Imediatamente fui ao banheiro e lavei o rosto e o olho tirando o excesso da pomada. Após isso fui para a casa. Lavei o cabelo para tirar o restante do produto. No dia seguinte ao acordar não enxergava de uma vista e as duas queimavam igual fogo, as duas com edemas, uma das vistas eu nem abria. Fui para a emergência da IBOL, Botafogo, a médica mencionou no atendimento que aquele problema havia sido desencadeado pelo uso da pomada”.

Além da medida de suspensão, a Anvisa criou uma triagem para consumidores que sofreram algum dano recente relacionado ao uso da pomada, para que as marcas utilizadas sejam averiguadas e analisadas.
Para notificar essas reações indesejáveis com produtos capilares ou outros cosméticos, basta acessar a página da Anvisa e descrever os sintomas. A ferramenta é gratuita e está disponível tanto para os usuários dos produtos quanto para os profissionais que utilizam cosméticos.
Leia também: Desvendando as letrinhas miúdas: tudo que é preciso saber antes de participar de uma campanha promocional