De antemão, o e-commerce brasileiro continua em alta, mesmo com a desaceleração do crescimento. Para você ter uma ideia do tamanho do sucesso, só nos cinco primeiros meses de 2022, o comércio eletrônico cresceu 785%. Isso se comparado ao mesmo período há dois anos, antes da pandemia.
E o primeiro trimestre já traz dados animadores, viu? De acordo com Índice MCC-ENET, a alta foi de 12,59%. Houve ainda um avanço no volume de vendas — em especial os itens de inverno —, número de consumidores únicos e muito mais.
Quer mais detalhes sobre o que rolou no comércio eletrônico no primeiro semestre de 2022? Então, continue a leitura porque trouxemos um panorama com os principais dados do setor. Confira!
Overview do comércio eletrônico: veja os números do primeiro semestre de 2022
Como já mencionamos ali no início, o e-commerce segue em ritmo de crescimento. No entanto, em alguns setores houve uma desaceleração e outros até retração.
O volume de vendas, por exemplo, aumentou. Em contrapartida, o faturamento teve uma queda no comparativo com o mesmo período do ano anterior. Explicamos melhor esses dados a seguir. Olha só!
Volume vendas
De acordo com a Neotrust, foram registrados 89,7 milhões de pedidos no primeiro trimestre de 2022. O número representa um aumento de 14% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Já no acumulado do ano — de janeiro a maio — o crescimento foi de 8,65%, conforme aponta o Índice MCC-ENET.
Leia também: Como alcançar alta performance em vendas no e-commerce.
Valor do faturamento
Ainda segundo informações do Índice MCC-ENET, houve uma redução no faturamento do e-commerce no comparativo com o mês de maio do ano passado: – 1,06%. Por outro lado, o acumulado do ano se mantém positivo: crescimento de 4,69%.
Agora, quando o assunto é valores, os dados da Neotrust mostram que as vendas online do primeiro trimestre renderam R$ 39,6 bilhões ao e-commerce.
Nesse contexto, vale falar sobre a importância da participação das Pequenas e Médias Empresas (PMEs) nas vendas online. Afinal de contas, nos seis primeiros meses de 2022, as PMEs abocanharam R$ 1,2 bilhão do faturamento do e-commerce. De janeiro a junho de 2021, esse montante foi de R$ 1 bilhão. Ou seja, o crescimento foi de 20%.
Ticket médio
Em relação ao ticket médio, houve uma baixa de – 3,71% do acumulado do ano. Agora, se comparar maio com abril de 2022, o valor gasto por compra subiu um pouquinho: 3,14%.
Conheça uma boa estratégia para aumentar o ticket médio: Como aplicar cross selling nas vendas?
Número de consumidores únicos
No primeiro trimestre do ano, foram mais de 24 milhões de clientes únicos que fizeram, pelo menos, uma compra pela internet. No mesmo período de 2021 esse número foi de 23 milhões. Então, podemos comemorar a alta de 17,5% no número de clientes do e-commerce.
No entanto, ao comparar com o crescimento de 2020 para 2021, é possível perceber uma redução no ritmo do crescimento. Em 2020, eram 16 milhões de clientes. Em 2021, o número saltou para 23 milhões. Esse foi o reflexo da pandemia em que vários clientes precisaram migrar para as compras online para continuar consumindo.
Setores de maior relevância no comércio eletrônico
No primeiro semestre de 2022, o destaque foi para os itens de inverno. Afinal de contas, por causa das baixas temperaturas registradas no ano, houve um aumento na procura por casacos, coletes e botas.
Segundo dados da Neotrust, na primeira quinzena de junho, a venda de coletes masculinos, por exemplo, aumentou 548% e o faturamento subiu 603%. Em seguida, aparecem os coletes femininos com alta de 209% no número de pedidos e 208% na receita.
As jaquetas infantis também tiveram uma elevação na procura com alta de 109% nas vendas e 98% no faturamento. Ainda tem as botas femininas que venderam 42% mais, o que representou um aumento de 62% na receita.
Já em outros setores — como eletrônicos, móveis e perfumaria — não houve uma variação muito significativa. Confira o detalhamento dos dados:
- equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação: em dezembro de 2021, a participação do setor nas vendas online foi de 43,1%. Em abril de 2022, esse percentual caiu para 41,7%;
- móveis e eletrodomésticos: subiu de 28,2% para 29,4%;
- tecidos, vestuário e calçados: market share atual de 10,7% contra 10,3% em dezembro de 2021;
- artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos: subiu de 7,0% para 7,3%;
- outros artigos de uso pessoal e doméstico: queda de 5,5% para 5,4%;
- hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e fumo: manteve o percentual de 3,9%;
- livros, jornais, revistas e papelaria: registrou queda de 2% para 1,6%.
Meios de pagamento preferenciais
A forma de pagamento preferencial entre os consumidores continua sendo o cartão de crédito com participação de 82,6% do faturamento total.
Mas o destaque mesmo vai para o PIX que teve uma alta considerável. O meio de pagamento instantâneo cresceu de 4,3% para 9,7%. Esse aumento pode ser resultado de vários fatores. Por exemplo: agilidade na aprovação dos pedidos e os descontos oferecidos pelos estabelecimentos para consumidores que escolhem pagar com PIX.
Tem mais um detalhe interessante: os clientes usaram muitos cupons para pagar mais barato pelos itens de desejo. De janeiro a maio de 2022, por exemplo, houve um aumento de 188% no uso de cupons de desconto nas compras online.
Veja também: O quanto as formas de pagamento impactam as vendas de fim de ano?
Participação do e-commerce no comércio eletrônico no varejo
Conforme informações do Índice MCC-ENET, em abril de 2022, o e-commerce representou 11,4% do comércio varejista. No mesmo período de 2021, o percentual era de 12,8%. Esse movimento era esperado devido à reabertura das lojas físicas. No acumulado do ano, o comércio eletrônico teve participação de 12,3% no comércio varejista.
Ufa! Quantos números, não é mesmo? Pois bem, apesar da desaceleração do crescimento, o e-commerce se mantém em alta. A seguir, vamos explicar melhor o que impactou as vendas e faturamento do comércio eletrônico.
Principais mudanças: saiba o que aconteceu de novo no comércio eletrônico
Desde já, podemos afirmar que o e-commerce está vivendo seus anos de glória. E todo esse crescimento foi impulsionado pelas medidas de distanciamento social necessárias durante a pandemia.
Agora que o pior já passou, as lojas físicas estão reabrindo. Com isso, vieram algumas mudanças no mercado. Entenda!
Reabertura das lojas físicas
Antes de tudo, vale lembrar que a retomada da economia pós-pandemia começou ainda em 2021. No entanto, o e-commerce sofreu de forma mais intensa o impacto da reabertura das lojas físicas em 2022.
A prova disso é que o avanço do comércio eletrônico deu uma desacelerada. O crescimento do trimestre de 2021, por exemplo, foi de 54,7% no comparativo com 2020 — contra 14% entre 2021 e 2022.
Aliás, para competir com o comércio local, o e-commerce precisou se reinventar. Vamos falar mais sobre as estratégias para unir esforços offline e online daqui a pouco, combinado?
Comportamento do consumidor
Veja bem: quando o número de clientes únicos sobe, significa que mais consumidores aderiram às compras online, não é mesmo? Pois bem, essa foi uma mudança importante no comportamento do consumidor.
Além do mais, o cliente está mais criterioso na hora de ir às compras. Antes de tomar uma decisão, eles pesquisam bastante, veem opiniões de influenciadores digitais, conferem a reputação da marca no Reclame AQUI, leem reviews etc. Esse cuidado é importante para aumentar a segurança da compra, sabe?
Então, mais que nunca, cuidar da reputação digital é importante para manter o fluxo de vendas.
Vale a leitura: Saiba como usar a reputação digital como diferencial competitivo.
Redes sociais
Já faz um tempo que as redes sociais estão em alta. Afinal de contas, como os consumidores adoram interagir por lá, o e-commerce encontrou uma oportunidade para se relacionar com o cliente de maneira mais próxima e vender mais.
Todavia, as redes sociais também se reinventam e os algoritmos atualizam de tempos em tempos para acompanhar as mudanças no comportamento do consumidor. Logo, o e-commerce precisa se adaptar para chamar a atenção do consumidor.
Além disso, sempre surgem plataformas novas que viram a sensação do momento. Em 2022, a bola da vez é o TikTok. A rede social de vídeos faz sucesso — em especial com o público mais jovem — por causa dos conteúdos divertidos. Aliás, o YouTube lançou o recurso “Shorts”, e o Instagram implementou o “Reels”, justamente para acompanhar a tendência.
Veja também: Seu negócio está a um algoritmo das redes sociais de sumir do mercado.
Tendências: fique de olho nas estratégias que vão bombar no segundo semestre no comércio eletrônico
Como você pode perceber, o e-commerce continua bombando. Mas olha: não basta abrir uma loja digital para faturar, viu? Como a concorrência no setor aumentou de forma considerável, é necessário investir em diferenciais competitivos para chamar a atenção do consumidor e converter vendas.
Esclarecimentos feitos, confira as principais tendências para alavancar o seu comércio eletrônico!
Phygital
Uma das razões da desaceleração do e-commerce no primeiro semestre de 2022 foi a reabertura das lojas físicas. Então, para não perder terreno, integrar os canais de vendas físicos e digitais foi a solução para continuar faturando.
É daí que vem a estratégia phygital. O nome é resultado da união das palavras da língua inglesa: physical (físico) e digital (digital) — ou figital, uma versão aportuguesada do termo.
Apesar de não ser novidade, a estratégia ganhou força no período pós-pandemia para proporcionar ao consumidor experiências híbridas. Nesse contexto, as lojas presenciais e online não são concorrentes, mas sim parceiras, entende?
Sabe aqueles aplicativos que permitem pintar a parede da sala com realidade aumentada? Pois bem, essa é uma tecnologia phygital que mescla as experiências online e offline.
Entram ainda nesse pacote as compras no site para retirar ou trocar na loja e compras na loja para receber em casa. Pedidos em totens de autoatendimento — como já é visto nas bilheterias de cinema e lanchonetes fast food — também é uma estratégia phygital.
Aliás, vale lembrar que os reviews também funcionam de forma híbrida. Afinal de contas, dá para coletar avaliações de compras feitas em lojas físicas e espelhar os dados no e-commerce. Isso garante ao consumidor experiências mais completas e os auxiliam em suas jornadas de compra.
De toda forma, é importante ressaltar que tudo isso só é possível com uma estratégia omnichannel bem amarrada. Dessa forma, o consumidor consegue transitar entre os canais de forma fluida e ter o mesmo nível de experiência em qualquer ponto de contato.
Saiba mais: 6 dicas para uma boa estratégia omnichannel.
Live Commerce
Primeiramente, o live commerce existe desde antes da pandemia. No entanto, por aqui, a moda só começou a pegar com o fechamento do comércio durante as medidas de distanciamento social. O fato é que a estratégia se manterá em alta por um tempo.
A título de esclarecimento, as transmissões ao vivo servem para exibir os produtos, interagir com os consumidores em tempo real e esclarecer dúvidas. Além disso, os eventos podem contar com a presença de influenciadores digitais para aumentar o engajamento.
Mais: geralmente, as lojas oferecem cupons de desconto e condições especiais para quem acompanha tudo ao vivo. Tudo isso aumenta o potencial de vendas. Sendo assim, vale a pena investir!
Voice Commerce
Antes de tudo, você sabia que cerca de 71% dos consumidores preferem fazer pesquisas por voz em vez de digitar o termo no Google? É isso que revela uma pesquisa da PwC. Aliás, a tendência se estende ao e-commerce. É aí que entra o voice commerce.
A estratégia é baseada em tecnologias e adaptações no comércio eletrônico para que os consumidores consigam fazer compras por comando de voz.
Se você quiser fazer compras enquanto lava a louça, por exemplo, pode fechar o carrinho por comando de voz sem problemas. O recurso também é interessante para garantir acessibilidade para pessoas com dificuldades motoras e visuais, sabe?
E usar a tecnologia é bem simples: basta acionar o seu assistente pessoal favorito — Siri, Alexa, Google Assistant, entre outros — para fazer a pesquisa. Dá até para fechar a compra sem nem precisar tocar no celular, tablet ou computador.
Entretanto, vale lembrar que é necessário adaptar o e-commerce ao voice commerce. Assim, é possível garantir que ele seja encontrado nas buscas por voz.
Super apps
Da mesma forma que o faturamento do e-commerce disparou durante a pandemia, as vendas por apps também. Para você ter uma ideia da importância do mobile, 67% dos acessos ao comércio eletrônico é feito por dispositivos móveis.
É por isso que os apps estão bombando. Afinal de contas, com eles, fica ainda mais fácil navegar e fazer compras pelo celular.
No entanto, muito mais que uma plataforma de vendas, os super apps são ecossistemas completos que reúnem diversos sellers em apenas um lugar. Na prática, são aplicativos de marketplaces que centralizam o consumo e funcionam como uma espécie de shopping virtual na palma das mãos.
Em resumo: o ano ainda não acabou e a expectativa é que o comércio eletrônico continue em ritmo de crescimento. Aliás, as datas comerciais mais lucrativas para o e-commerce — como Black Friday e Natal — ainda estão por vir. Então, para faturar no período, é importante investir em estratégias para aumentar a relevância e credibilidade da sua empresa na internet.
Gostou do que leu e quer saber como manter a sua marca atualizada? Então, confira também as tendências para e-commerce em 2022.