As compras de Páscoa parecem que não estão empolgando muito este ano. Afinal, março se encerrou com a inflação mais alta para o mês em 28 anos. Com a percepção de custo alto já consolidada na cabeça do consumidor, 92% não estão nem fazendo pesquisa de preço dos alimentos de Páscoa. É o que mostra a mais recente pesquisa do Instituto Reclame AQUI, aplicada entre 6 e 8 de abril com 13.406 visitantes do site do Reclame AQUI.
Essa falta de interesse em buscar uma pechincha é reforçada pelo fato de 87,4% avaliarem que os preços de todos os insumos estão bem mais caros em 2022. Entre essa parcela que considera que os valores aumentaram, os produtos percebidos como mais caros são os chocolates (22,1%) e as verduras (18,3%).
Mas, de modo geral, a percepção de aumento de preço é equilibrada para todos os itens de Páscoa. Para 16,2%, bacalhau e pescados também estão caros, seguidos de azeites (15,3%), conservas (14,7%) e bebidas (13,3%).

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Consumidor mais cauteloso nas compras este ano
“É muito claro que o consumidor está cauteloso. Ele já sentiu no bolso o aumento do custo de vida e sabe que qualquer tipo de produto vai estar mais caro. Por isso, a tendência para o almoço de Páscoa esse ano certamente é a substituição de itens, bem como na hora de escolher o chocolate”, avalia Felipe Paniago, CMO do Reclame AQUI.
Sua análise é corroborada por outros dados do levantamento. Quem está considerando o custo mais elevado esse ano pretende abrir mão da tradição e optar por fazer outras refeições na Páscoa: 53,9%. Já 30,5% planejam deixar de comprar apenas alguns itens.
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Celebração da Páscoa e chocolates
Sobre a comemoração da data, 51,7% dizem que pretendem se reunir com a família, mostrando que se aglomerar na pandemia não é mais uma preocupação para muita gente. Em relação ao consumo específico de chocolates, o pessimismo se mantém: 65,5% não pretendem comprar esses produtos em 2022.
Entre esses, o que mais pesa na decisão é justamente a percepção de que os preços estão altos demais, motivo dado por 69% dos entrevistados. Outros 20,8% não compram chocolates porque não consideram a data importante. Boa parte desse público que não vai consumir este ano já não havia comprado chocolates em 2021: 57,4%.
Já entre os 34,5% que afirmam que vão consumir chocolates na Páscoa, permanece a preferência por produtos das grandes marcas. Pois, dessas pessoas, 43,1% vão comprar chocolates vendidos em supermercados, enquanto 34,8% vão preferir os artesanais/caseiros vendidos por conhecidos.
No entanto, uma grande parcela desse grupo de entrevistados, 62%, pretende gastar apenas até R$ 100 nessas compras, mostrando que mesmo quem vai comprar chocolates quer economizar. Outros 24,6% vão despender entre R$ 100 e R$ 300.
Ainda de acordo com Paniago, “diante desse cenário, esta Páscoa tende a ser uma das mais apertadas para o consumidor em muito tempo. O que se vê é muita gente considerando a compra de produtos na data como supérflua, pois comprometeria o orçamento já prejudicado pela inflação”.
