O crescimento da onda de casos de Covid-19 neste início de 2022 continua impactando o atendimento para a realização de testes. Levantamento anterior feito pelo Instituto Reclame AQUI já havia mostrado que, nos primeiros 15 dias de janeiro, a quantidade de reclamações sobre testes de Covid quase alcançava o total de 2021.
Com a continuidade deste cenário da pandemia, o volume de problemas permaneceu se acumulando. O mês fechou com 3.006 reclamações sobre testes de Covid, sendo que o ano anterior inteiro acumulou 2.496 reclamações sobre o tema. Ou seja, são 20,4% mais reclamações em janeiro do que em 2021 todo.
Em um comparativo por mês, dezembro do ano passado apresentou 228 reclamações sobre testes de Covid. Portanto, o salto na quantidade de reclamações para janeiro foi de 1218,42%. Para chegar a estes resultados, foram monitoradas as 81 empresas mais reclamadas dos setores de farmácias e laboratórios, que respondem por 94% do total de reclamações dessas categorias.
Apesar do grande volume, é possível perceber uma queda gradativa na quantidade de reclamações ao longo de janeiro. Se a primeira quinzena registrou 2.113 problemas de consumidores com testes de Covid, de 16 a 31 do mesmo mês foram 893 reclamações. Isso pode indicar uma adequação das empresas à demanda ou mesmo uma lenta diminuição na procura desses testes.
Problemas com testes de Covid continuam inalterados
Os motivos das reclamações, ainda assim, permanecem parecidos, em relação ao último levantamento. Situações comuns enfrentadas pelos consumidores incluem ausência de datas disponíveis para agendamento dos testes, por conta da escassez dos mesmos, e problemas técnicos nos sites para fazer a marcação.
É o caso enfrentado por este consumidor de São Paulo (SP): O site da drogaria para agendamento de covid não funciona! Simplesmente! Fiz todos os procedimentos, solicitei o teste de saliva para uma criança de três anos e recebi O AGENDAMENTO CONFIRMADO NA UNIDADE DE CARAPICUÍBA. Como estamos no Brasil, liguei um pouco antes de sair de casa, e a funcionária calmamente me informou que não tinham esse teste lá, que fariam o de cotonete na minha filha, que era o que tinha para fazer. E palavras da funcionária: o site não funciona mesmo”.
Além disso, longas esperas nas unidades e desorganização no atendimento também continuam, por conta da demanda. Uma consumidora de Curitiba (PR) relata a seguinte situação: “A desorganização na realização de exames de COVID-19 na unidade Roberto Barrozo (Curitiba) já se inicia na recepção, onde já presenciei barraco por conta da chamada de senhas para atendimento. Mas a pior parte é que estimaram uma espera de 3 a 4 horas para realização do exame.
Compreendo que demore por conta da alta demanda por estes testes no atual momento. Entretanto, a questão da demora não é pelo grande número de pessoas (já que na espera aqui tem umas 30 pessoas, no máximo), mas sim pela demora do setor interno de liberar as fichas para os coletadores (os quais chegam a ficar aqui parados, sem fazer nada, por uns 10 minutos ou mais, apenas aguardando as fichas). Pela fama e tamanho do laboratório, esperava uma estrutura muito mais organizada de atendimento.”
Tendência é de normalização
Por conta do pico de casos da doença, é natural que ocorram problemas de acesso aos testes de covid. Portanto, no momento, não há muito que o consumidor possa fazer, além de tentar agendamentos em diferentes farmácias e laboratórios. Muitas vezes, a unidade mais próxima da residência do consumidor não vai ser aquela com mais horários disponíveis.
A solução é “caçar” os locais para buscar atendimento. De todo modo, é natural que, após a alta procura, o fornecimento de testes de covid seja normalizado. Como mostra o levantamento do Reclame AQUI, a segunda metade de janeiro já apresentou uma queda na quantidade de reclamações.
É importante, no entanto, que o consumidor continue a denunciar as dificuldades que está enfrentando, para que outras pessoas saibam quais os locais que estão com atendimento mais prejudicado.
